A expressão francesa: “tromper” - enganar, “l’oeil” - o
olho, foi empregada para designar um recurso técnico artístico que utiliza a
perspectiva, detalhes realistas ou o claro-escuro no bidimensional para criar
uma ilusão de ótica, a ilusão de uma imagem
tridimensional, um objeto real. Na pintura e na decoração, era usado desde a
antiguidade em diversos contextos, inclusive o crítico (ou até humorístico), como
nas obras do pintor surrealista belga René Magritte (1888-1971), que explora o
limite da ambiguidade entre objeto real e sua representação. Um bom exemplo é sua
conhecida tela onde figura um cachimbo e a frase “Isso não é um cachimbo”, de
1928-29.
A arte contemporânea coloca em questão a representação e
a definição de arte. Paradoxalmente o hiper-realismo, popular nos EUA e
Inglaterra desde 1960, reproduzem tão fielmente detalhes da realidade que
causam um sentimento de irrealidade.
As capas para sofá “Capitoné” da Mercato Art brincam com a
técnica trompe l'oeil em sua estampa.
O capitoné surgiu na Inglaterra, meados de
1840. A presença do capitoné na decoração é um reflexo da valorização do
trabalho artesanal. Renovado pelo pensamento não convencional pós-moderno, hoje
não se restringe ao elegante revestimento têxtil com botões e franzidos como na
época em que foi criado, mas também como estampa de papéis de parede, cerâmicas,
painéis, tecidos...
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